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15 questões sobre cremes anti-idade

Em algum momento da vida, você percebe que o rosto já não está tão lisinho como antes. Para dar um break nos estragos do tempo (ou adiar ao máximo o aparecimento desses inevitáveis sinais), é fundamental saber do que a sua pele precisa.

1. Quando é preciso se preocupar com o envelhecimento da pele?

A ruga se forma nas camadas mais profundas da pele muito antes de aparecer no rosto — e é claro que ficará visível com o passar dos anos. “Por isso, quanto mais cedo começarem os cuidados, melhor será a conservação do bom estado das células, o que retarda o envelhecimento”, afirma o dermatologista Omar Lupi, do Rio de Janeiro, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas, antes de iniciar, é preciso fazer uma avaliação completa. “Os fatores genéticos e os hábitos de vida vão determinar o que a pessoa deve usar”, alerta Lupi.

2. Quais são os produtos fundamentais para prevenir os sinais do tempo? A partir de que idade devem ser adotados?

O ideal é passar o fotoprotetor desde criança. Aos 20 anos, você já tomou todo o sol a que tinha direito, dizem os dermatos. Portanto, é essencial o uso diário do filtro no rosto e — importante! — no dorso das mãos. “De dia, aplique hidratante com FPS 20. Ao se expor ao sol em praia e piscina, escolha um que tenha no mínimo FPS 30”, aconselha Lupi. Invista também em fórmulas com retinol, antioxidantes e vitaminas C e E.

3. Em que faixa etária o cuidado passa da prevenção para a correção?

Entre os 35 e 40 anos, os sinais começam a ficar evidentes, principalmente ao redor de olhos e lábios. É nessa faixa etária que devem se iniciar os cuidados de reparação dos danos. O segredo é escolher formulações com ingredientes que estimulem a produção de colágeno, como retinol e peptídeos, além do uso diário de filtro solar. “Assim, você ameniza as marcas já existentes e evita o aparecimento de novas”, ressalta Lupi.

4. O que acontece se alguém de 25 anos usa um anti-idade potente?

Na melhor das hipóteses, não vai dar resultado nenhum, pois não há rugas e flacidez para combater. “Esses produtos devem ser aplicados conforme a necessidade. Aos 25 anos, mesmo que você fique intensamente exposta aos agressores externos, aconselho apenas a seguir os passos preventivos, como limpar, hidratar e proteger-se do sol”, explica Emiro Khury, consultor em desenvolvimento de cosméticos. Os cremes mais potentes, na maioria das vezes, são densos e concentrados e, por isso, prescritos para pessoas acima de 50 anos. Além de não oferecer benefício algum, a utilização inadequada desses produtos pode desencadear reações adversas. “Em casos mais extremos, há o risco de aparecerem irritações, acne, manchas e até cicatrizes”, alerta o dermatologista Adilson Costa, de São Paulo.

5. Para que serve um sérum?

Esse é o nome que as empresas costumam dar a um cosmético com textura fluida, mas altamente concentrada. “É nele que se encontram as maiores doses de ativos, como preenchedores, filtros solares, exfoliantes e hidratantes”, explica Khury. Geralmente, é usado antes de um antirrugas. “Ele hidrata, forma um filme agradável, não é oleoso e potencializa a ação do produto que você passa depois”, completa Maria Del Carmen Velazquez, diretora científica da Chemyunion, uma empresa fabricante de matérias-primas cosméticas e farmacêuticas.

6. É possível associar o sérum de uma marca ao hidratante de outra?

Sim, sem problema. Na prática, não há nada de errado em usar marcas diferentes, mas a maioria das empresas tem produtos de uma mesma linha, com ativos compatíveis que agem em sinergia, otimizando o tratamento. “O que não recomendamos é mis turar cosméticos semelhantes ou com a mesma finalidade, como dois hidratantes ou dois filtros solares. Isso pode causar saturação e desconforto na pele”, avisa Emiro Khuri.

7. O que fazer para tratar as rugas e a acne ao mesmo tempo?

A melhor opção é cuidar de um problema de cada vez. “Primeiro, tratamos a acne, pois grande parte dos anti-idade tem uma base oleosa e densa, além de princípios irritativos”, destaca Adilson Costa. No máximo, podemos associar os tratamentos, usando a prescrição para a acne pela manhã e, à noite, aplicando um sérum, que é bem leve e livre de óleo.

8. Cremes noturnos funcionam?

Há quem diga que é melhor deixar as células em paz durante o sono. Mas, com tantas agressões sofridas durante o dia, é importante dar uma atenção especial à pele nesse período. Lavar e tonificar são os primeiros passos para retirar as impurezas. Em seguida, vem o antissinais noturno, de acordo com a necessidade. Esse tipo de creme geralmente é composto de ingredientes que retêm a água, estimulam a regeneração celular e recuperam o volume e a densidade (por exemplo, ácido hialurônico, extratos vegetais e glicosaminoglicanas). “Durante a noite, pode-se usar substâncias que causariam irritações e alergias em contato com o sol. É ainda nesse intervalo que acontece a regeneração celular e o metabolismo das células está a mil. Assim o organismo aproveita melhor o que é aplicado não só no rosto mas também no corpo todo”, explica a dermatologista Shirley Borelli, de São Paulo.

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9. Quanto mais creme aplicado, melhor o resultado?

Aqui, vale a lei do menos é mais. “A diferença está na concentração dos princípios ativos e não na quantidade de produto”, afirma Omar Lupi. Além disso, a overdose pode obstruir os poros e causar a acne. E não se deve exagerar também na quantidade de produtos que se aplica no rosto. “É preciso ter bastante bom senso. Às vezes, o uso de um único creme específico, prescrito para o tipo de pele e problema, é mais eficiente do que um arsenal imenso”, recomenda Costa.

10. Há algum problema em trocar de marca regularmente?

De modo geral, não, mas evite mudar o tempo todo, tipo um a cada semana. A adaptação ao produto demora um mês e é depois desse período que ele começa a fazer efeito. “Aconselho o uso do mesmo creme por, no mínimo, três meses consecutivos. É o tempo que a pele precisa para se renovar completamente”, esclarece Lupi. Mas, para ter essa disciplina, a textura do produto é determinante: ele deve ser agradável, fluido e de fácil manipulação.

11. Dá para usar o creme diurno à noite, ou vice-versa?

Se o cosmético não tem recomendações do tipo dia ou noite ou com FPS, não há problema. Caso contrário, é melhor optar por produtos específicos e focar-se na sua função essencial: acelerar a regeneração celular. “Os clareadores, por exemplo, são formulados com substâncias fotossensibilizantes, o que pode causar sérias irritações se passados durante o dia”, comenta Omar Lupi. Os cremes noturnos têm outro agravante que compromete o uso durante o dia: por não conter FPS, é preciso reforçar a proteção com um produto específico.

12. Existe um modo ideal de aplicação?

Em movimentos circulares, começando pelo alto da testa e pela parte central do rosto e indo em direção às laterais. “O importante é aplicar o creme com cuidado e não como se estivesse passando manteiga no pão. Massageie a pele, com uma leve fricção, para que haja a melhor absorção do produto”, recomenda Shirley Borelli. Além disso, a vasodilatação causada pelo contato dos dedos tem uma ação drenante, o que diminui os inchaços no rosto.

13. Quais os ativos indicados para tratar manchas causadas pelo envelhecimento?

Os clareadores não são muito eficientes para cuidar desse tipo de mancha. Eles apenas amenizam a aparência da marca e deixam a pele mais luminosa graças à presença de ingredientes como a vitamina C e a hidroquinona. Para um resultado mais eficaz, é preciso reforçar o tratamento com lasers. “A luz intensa pulsada, na maioria das vezes, é o procedimento mais indicado”, defende Adilson Costa. O uso de um filtro solar potente é fundamental para que a marca não piore ainda mais.

14. Um creme anti- idade pode competir com os procedimentos dermatológicos?

Não. Um complementa a ação do outro. As injeções de toxina botulínica, por exemplo, não têm nenhuma influência sobre a qualidade da pele — são os cremes que cumprem esse papel. “Eles não têm a capacidade de parar o tempo. Em alguns casos, conseguem reverter problemas de envelhecimento e flacidez, mas só quando associados à aplicação de lasers e ácidos”, alerta Shirley Borelli.

15. Quais os melhores ativos para cada faixa etária?

Dos 20 aos 30 anos, o ideal é se prevenir com hidratantes à base de vitaminas C e E, ácido hialurônico, ômegas 3 e 6, extratos de frutas, antioxidantes (polifenóis, ácido ferúlico e coffeeberry), anti-inflamatórios (extratos de plantas e algas, complexos que agem no DNA), ácido glicólico e retinol. Dos 30 aos 40, as fórmulas devem ter esses mesmos agentes, mais os peptídeos, ativos antiglicação (como carnosina) e ácidos hialurônico e retinoico. Dos 40 aos 50, é a hora de resgatar a firmeza e combater as manchas, associando o uso de antioxidantes a ativos despigmentantes (hidroquinona, ácido kójico, licorice), ácido retinoico e ingredientes revitalizantes, como orquídea, células-tronco vegetais e vitamina C. Dos 50 em diante, o desafio é resgatar a densidade investindo nos mesmos ativos da faixa dos 40 anos, acrescidos de extrato de soja e ácidos graxos essenciais.

FONTE: mdemulher.abril.com.br